Associado do Mesc é ouro nas Paralimpíadas
Publicado em: 25/10/2016
O jovem de 23 anos descobriu o gosto e o talento pelo futebol ainda criança, no Clube, companhia dos pais. Aqui ele disputou as categorias sub 9 e sub 15 em partidas de futebol de salão e de campo, mais tarde defendeu as categorias de base do São Bernardo. “Tudo nasceu no Mesc, a minha carreira e o meu sonho de ser jogador profissional e até hoje contínuo jogando bola no Clube”, disse Vinícius Tranchezzi.
Aos 15 anos, porém, optou pelos estudos e largou o esporte. Pouco depois, em 2009 foi indicado por um professor de educação física a conhecer o futebol de 5. “No começo achei estranho a proposta porque não conhecia, até pensava se cego jogava bola e que não queria levar gol deles (risos). Então pensei melhor e acabei aceitando o convite e vi que estava errado, eles jogam muito e até levo muitos gols, é incrível esse esporte”, revelou.
Como qualquer início de carreira as dificuldades aparecem e para o nosso atleta não foi deferente. Ele teve que se adaptar ao esporte e aprendeu a lidar com os companheiros de time. “No começo foi um baque pois, nunca tive contato com deficientes visuais, então não sabia como tratar, eu chegava para cumprimentar e estendia a mão e só depois percebia que eles não estavam vendo a minha mão, mas fui aprendendo e agora a minha relação com eles é normal”, explicou.
Acompanhado de seu pai, que orgulhoso não deixou de demonstrar a felicidade que sente pelo filho. “É uma emoção misturada com orgulho, é uma satisfação ver essa conquista, eu vi tudo que ele passou e a sua dedicação para chegar até aqui, valeu muito a pena”, contou Everaldo Holzlsauer.
Paralimpíadas
Atualmente, Vinícius é um dos goleiros da seleção brasileira e nesse ano disputou as Paralimpíadas no Rio de Janeiro onde conquistou a medalha de ouro. O Brasil venceu o Irã por 1 a 0 e sagrou-se tetracampeão. Foi uma partida emocionante!
Para o goleiro foi o dia mais feliz da sua vida, entusiasmado contou cada detalhe dos jogos e o apoio que recebeu da torcida. “Não somos acostumados a ter uma torcida tão grande como tivemos no Rio, já que infelizmente o futebol de 5 não é tão divulgado, geralmente quem acompanha é a família, mas nesse ano vimos o interesse das pessoas, a arena ficou lotada, foi de arrepiar e para o time foi gratificante”. Para quem acompanhou, percebeu que durante a partida a torcida ficava em silêncio para não atrapalhar os atletas, somente com o apito final do juiz, a torcida finalmente estava liberada.
Ao final, ele contou os planos para o futuro. “Para a minha carreira pretendo continuar na seleção brasileira, espero disputar as próximas competições e quem sabe as próximas Paralimpíadas, mas desejo que o futebol de 5 continue sendo reconhecido, temos que valorizar os atletas paralímpicos ”, finalizou.
Sucesso Vinicius, o Mesc se orgulha de você. Parabéns pela conquista!
Futebol de 5
Para quem não conhece esse esporte, o futebol de 5 é praticado por deficientes visuais. A modalidade só entrou para o programa dos Jogos Paralimpícos em Atenas, 2004. E o Brasil é, até hoje, o único campeão.
O jogo é disputado em uma quadra que segue as medidas do futsal, com algumas alterações nas regras tradicionais. Os atletas de linha usam vendas nos olhos para evitar qualquer vantagem dos que apresentem percepção luminosa, enquanto o goleiro é o único que consegue enxergar normalmente. A partida é composta por dois tempos de 25 minutos cada, com intervalo de 10 minutos. O interior da bola tem o som dos guizos para orientar os jogadores.
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